É... Talvez...
É... Eu confesso que não é exatamente a realidade que eu
esperava encontrar. Talvez isso mude. Talvez você entre na minha vida sem tocar
a campainha e me sequestre de uma vez. Talvez você pule esses três ou quatro
muros que nos separam e segure a minha mão, assim, ofegante, pra nunca mais
soltar. Talvez você ainda possa pular no rio e me salvar. Ou talvez eu só
precise de férias, um porre e um novo amor. Porque no fundo eu sei que a
realidade que eu sonhava afundou num copo de cachaça e virou utopia.
Caio Fernando Abreu.
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